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STARTUPS SÃO VISTAS COMO ESTRATÉGICAS PELAS GRANDES EMPRESAS

03 Abril 2017/ E,M Startups/

Tendência, apontada em estudo da Harvard Business School Alumni Angels of Brazil sobre “Corporate Venture” salienta a importância das startups como alternativa para investimentos em inovação no País.

Investir em modelos de negócio inovadores por meio de startups e ideias surgidas internamente é uma estratégia de diversificação e inovação conhecida como “Corporate Venture”. Entender um pouco melhor a forma como as grandes empresas têm apostado nesse formato foi objeto da pesquisa “Panorama do Corporate Venture no Brasil”, elaborado pela Harvard Business School Alumni Angels of Brazil e apresentado em seminário realizado em São Paulo em 16.03.17, realizado em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Para seus idealizadores, cada vez mais as grandes empresas com atuação no Brasil terão que destinar recursos para a inovação, atividade antes relegada às grandes estatais e universidades públicas, porém que cada vez mais vem sendo entendida como um “formato assertivo de investimento em inovação pelo setor privado” e a saída para a recuperação econômica do país.

O investimento via Corporate Venture permite que grandes empresas se relacionem com startups por diversos meios, que vão além do mero aporte de recursos: business support, mentorias, hackatons, parcerias estratégicas e licenciamento de tecnologia são alguns dos possíveis formatos.

Segundo o estudo, as principais vantagens do Corporate Venture são a criação de novos fluxos de receita, o estímulo ao processo de inovação de produtos, a obtenção de uma fonte de crescimento organizacional, o estimulo à assunção de riscos e ao pioneirismo e a superação da limitação de recursos.

Entretanto, nem tudo são flores nesse formato de parceria. As grandes empresas pesquisadas relataram terem enfrentado problemas em engajar os executivos da organização, escolher startups para investir, definir o formato correto desse relacionamento e encontrar uma linguagem ou framework comum para lidar com realidades tão diferentes quanto as existentes entre uma startup e uma grande companhia.

Para a maioria absoluta das empresas analisadas (80%), a principal fonte de financiamento para Corporate Venture é capital próprio, fazendo com que esses investidores tendam a ser mais conservadores no uso desses recursos, especialmente, considerando-se o alto índice de fracassos típicos de novos negócios voltados para a inovação. Esse último fator foi considerado pelas empresas entrevistadas como algo desestimulante. O estudo aponta que menos de 20% dos produtos lançados se mostram bem-sucedidos e que 70% dos investimentos simplesmente não dão certo. Nesse sentido, ainda são escassas, por exemplo, as aquisições e os aportes em equity em startups, preteridos em função de parcerias e eventos pontuais.

A aversão ao risco demonstrada pelas grandes empresas é notada, também, no descompasso apontado pelo estudo da HBS Alumni Angels of Brazil entre a expectativa destas quanto ao tipo ideal de startups com as quais gostariam de se relacionar (normalmente já na fase de tração/escala) e a realidade do ecossistema brasileiro, formado em sua maioria por startups ainda em fases como as de desenvolvimento do MVP, protótipo ou validação da ideia.

Aos riscos associados ao próprio negócio, soma-se outro, também observado em matéria recente publicada pelo NELM Advogados na última edição de seu informativo Argumento (acesse aqui: www.nelmadvogados.com/news/95/Argumento-95.pdf): a ausência de um marco regulatório propício ao desenvolvimento das startups. Para Gustavo Gondo, advogado da área de startups do NELM Advogados presente ao evento, “a ausência de normas específicas para estimular formatos de negócio inovadores no país torna ainda mais importante a atenção dos empreendedores para os aspectos jurídicos das startups”.

De fato, a pesquisa constatou que o ambiente regulatório brasileiro é julgado por muitas empresas uma barreira para investimentos, sendo considerado como o um dos desafios mais relevantes a serem enfrentado pelo ecossistema das startups.

Para Eduardo Felipe Matias, sócio responsável pela área empresarial do NELM, além de conhecer bem o marco regulatório do setor em que a startup pretende atuar, é preciso estruturar muito bem o empreendimento, desde o seu início até a captação de investimentos, por meio dos instrumentos adequados. Nesse sentido, segundo ele, “o fortalecimento da cultura do ecossistema de inovação do Brasil passa por várias ações, inclusive aquelas que visam fomentar a educação de empreendedores e investidores quanto às alternativas existentes para o desenvolvimento de seus negócios” (para conhecer melhor essas opções, vale a pena conferir o guia recém lançado pelo NELM Advogados, “Empreendendo Direito: aspectos legais das startups”, disponível para download gratuito em www.startups.nelmadvogados.com).

Dentro desse contexto, o Corporate Venture deve ser estimulado no meio empresarial brasileiro como alternativa estratégica interessante para o estímulo à inovação tecnológica. Para tal, o estudo analisado aponta como saídas tanto o aumento do investimento da iniciativa privada em Corporate Venture, em especial, em empresas em estágio inicial, por meio do aporte de capital intelectual e do desenvolvimento conjunto com recursos compartilhados, quanto a melhora do ambiente regulatório, incentivando a criação e o crescimento das startups e acelerando o ciclo da inovação.



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