Por Eduardo Felipe Matias
Introdução
Até 2008, parecia que a globalização, triunfante, era um caminho sem
volta. Democracias liberais se espalhavam pelo mundo, a revolução tecnológica
era acompanhada do surgimento de novos canais e ferramentas que levariam a uma
aldeia multicultural global e gerariam riqueza para todos, o livre comércio
contava com sistemas eficientes de promoção e proteção, a integração regional
avançava em diferentes partes do Planeta e a impressão era que os Estados,
antes tão ciosos de sua soberania, haviam chegado ao consenso de que a
cooperação internacional era a solução para a maior parte de seus problemas
comuns.
Naquele ano, no entanto, crise financeira internacional abalou alguns
dos alicerces dessa construção. Desde então, os holofotes foram direcionados
para os aspectos negativos da globalização, como a volatilidade econômica, o
desemprego trazido pela adoção de novas tecnologias ou pela abertura dos
mercados, e o aumento da desigualdade. A reação veio na forma de contestação à
ordem liberal, aumento do protecionismo, ascensão do nacionalismo populista que
catalisa o ressentimento com a imigração, organizações internacionais
enfraquecidas, menos integração e mais fragmentação. Além disso, ficou claro
que o surgimento do ciberespaço afeta os Estados dentro de suas fronteiras e em
suas relações exteriores, causando efeitos significativos e ainda pouco
compreendidos.
De lá para cá, tive a oportunidade de analisar essa crise da
globalização, ano a ano, contribuindo para a retrospectiva da área
internacional aqui na ConJur. Nesse período, foi possível acompanhar eventos
recorrentes, como as reuniões do G20, as COPs da Convenção do Clima da ONU e,
infelizmente, os diferentes conflitos em diversas regiões, bem como identificar
alguns temas que foram ganhando importância, como a (re)ascensão da China, o
isolacionismo dos EUA, as dificuldades da OMC e do Mercosul, a negociação de
novos acordos de livre comércio, as contendas relacionadas a programas
nucleares, os movimentos separatistas na União Europeia, a crise dos refugiados,
o terrorismo, o fortalecimento do direito internacional da sustentabilidade, o
Acordo de Paris, as ondas de protesto baseadas no uso das redes sociais e o
surgimento de uma nova geopolítica, baseada na soberania tecnológica.
Esses e outros assuntos serão abordados nesta nossa Retrospectiva de 2018, que desta vez tem um caráter especial. Vejamos, então, quais os acontecimentos mais importantes deste ano, sob a ótica dos grandes temas que dominaram a última década.
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