O Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) aprovou uma série de recomendações para orientar o
uso da inteligência artificial (IA) generativa na prática jurídica. Essas
diretrizes foram elaboradas com o objetivo de promover a ética e a
responsabilidade no uso dessas tecnologias, assegurando que seu emprego esteja
em conformidade com os princípios fundamentais da advocacia e as exigências
legais vigentes.
As recomendações, elaboradas pelo
Observatório Nacional de Cibersegurança, Inteligência Artificial e Proteção de
Dados da OAB, apresentam quatro diretrizes principais: Legislação Aplicável,
Confidencialidade e Privacidade, Prática Jurídica Ética, Comunicação sobre o
Uso de IA Generativa. O objetivo é garantir que o uso da IA esteja sempre em
conformidade com a legislação vigente, incluindo o Estatuto da Advocacia, o
Código de Ética e Disciplina da OAB, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o
Código de Processo Civil e as normas de propriedade intelectual. Além disso, as
diretrizes reforçam a importância de proteger a privacidade dos clientes,
incentivar o uso ético da tecnologia, garantir transparência na comunicação com
os clientes sobre o uso de IA e revisar periodicamente as recomendações para
acompanhar as evoluções tecnológicas e normativas.
O presidente da OAB Nacional,
Beto Simonetti, destacou a importância do tema e elogiou a iniciativa. Segundo
ele, “a advocacia brasileira está sendo desafiada pelo avanço da IA, e a OAB
está pronta e preparada para lidar com essas transformações”. Ele também
reforçou que o uso responsável da IA é um compromisso não apenas com a
profissão, mas também com a sociedade, assegurando que a tecnologia seja
utilizada para beneficiar os clientes e melhorar a eficiência do sistema de
justiça.
As recomendações funcionam como
um guia para o uso seguro da IA no meio jurídico, proporcionando mais confiança
e tranquilidade para os escritórios que optarem por implementar essas
tecnologias. De acordo com os coordenadores do Observatório, a implementação
dessas diretrizes pode fortalecer a relação de confiança entre advogados e
clientes, garantindo que o uso da IA esteja sempre alinhado aos interesses dos
clientes e respeitando os limites éticos da profissão.
O desenvolvimento responsável e
regulamentado dessas tecnologias é essencial para evitar consequências
negativas, garantindo que os benefícios da IA sejam maximizados sem comprometer
a segurança e o controle humano. Entre os pontos de destaque estão a necessidade
de que os advogados supervisionem o uso da IA, a transparência na comunicação
com os clientes, o respeito ao sigilo e à qualidade dos serviços prestados, e a
constante atualização sobre as tecnologias envolvidas.
A recomendação enfatiza a
importância da supervisão e do controle sobre o uso da IA dentro dos
escritórios de advocacia. Advogados em posições de liderança devem garantir que
todos os membros da equipe estejam alinhados com as políticas de segurança e
privacidade estabelecidas, além de fornecer treinamento contínuo para o uso
ético e seguro das ferramentas de IA. A supervisão é fundamental para assegurar
que o uso da IA não substitua o julgamento humano e que as atividades
privativas da advocacia sejam realizadas exclusivamente por advogados
qualificados.
Embora as recomendações da OAB
não tenham força de lei para estabelecer sanções, elas servem como um alerta
importante para que os advogados sigam o código de ética e disciplina da OAB,
alinhando o uso da IA às melhores práticas profissionais. A necessidade de
manter o controle humano sobre as decisões e de não delegar atividades
exclusivamente para sistemas automatizados é um dos pontos centrais do
documento, reforçando que a tecnologia deve ser uma ferramenta auxiliar, e não
um substituto para o trabalho intelectual do advogado.
No escritório Elias, Matias Advogados, possuímos um Grupo de Trabalho em Inteligência Artificial, responsável por estudar os avanços dessas tecnologias e suas implicações no dia a dia do advogado. Esse grupo busca constantemente ferramentas inovadoras, atento à utilização responsável e ética dessas tecnologias, em consonância com as diretrizes publicadas pela OAB. Nosso foco é garantir que as inovações tecnológicas sejam incorporadas de maneira a agregar valor aos serviços prestados aos nossos clientes, sem comprometer os princípios éticos que regem a advocacia.
Fontes: OAB
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