A
recente saída do X (antigo Twitter) do Brasil gerou intensas reações. Para alguns,
a ausência da empresa no País pode dificultar o cumprimento de decisões
judiciais, especialmente durante o período eleitoral, uma vez que dependerá de
mecanismos internacionais mais lentos e complexos. As discussões envolvem,
ainda, acusações de abuso de autoridade e afirmações de que o X vinha
desrespeitando ordens judiciais brasileiras.
A ausência de uma representação local do X no
Brasil exige que o judiciário brasileiro recorra a tratados internacionais de
cooperação jurídica para o cumprimento de ordens judiciais, o que pode tornar o
processo mais lento e suscetível a interpretações divergentes. Essas diferenças
são especialmente acentuadas em temas como a liberdade de expressão, onde a
legislação brasileira e a americana têm abordagens distintas. Essa situação
cria desafios significativos para a aplicação rápida e eficaz da justiça,
especialmente em contextos como o eleitoral, onde a agilidade é crucial, uma
vez que pode complicar ainda mais a execução de decisões em prazos curtos, como
as remoções de conteúdo relacionados a desinformação durante este período.
Essa saída também expõe as
limitações da legislação brasileira ao lidar com empresas globais que operam
digitalmente em diversos países, mas que não possuem presença física em todos
eles. Isso pode levar o Brasil a considerar sanções mais drásticas, como o
bloqueio da plataforma, caso o X desobedeça a ordens judiciais. No entanto,
mesmo com o bloqueio, os desafios legais persistem, uma vez que a plataforma
opera fora do país, o que continua a colocar em jogo a eficácia das decisões
judiciais brasileiras.
O caso acentua a crescente tensão
entre governos nacionais e grandes plataformas digitais, levantando questões
críticas sobre o poder das big techs e a aplicação de normas legais em um
cenário de crescente dependência digital. Revela, ainda, a complexidade de se
regular plataformas digitais globais em um contexto jurídico nacional,
evidenciando os desafios que todos os países enfrentam na preservação da ordem
democrática e na garantia de que as grandes empresas de tecnologia respeitem as
leis e decisões judiciais locais, mostrando a necessidade de se estabelecer
formas de governança digital global.
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sexta-feira, o GT-IA e a área de Inovação e Startups do escritório
compartilharão uma notícia atual sobre tecnologia e analisarão seus impactos
jurídicos.
Fontes: Folha
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