As principais gravadoras estão
processando empresas de inteligência artificial por violação de direitos
autorais, em uma batalha legal que promete redefinir a indústria musical na era
digital. Mitch Glazier, CEO da Recording Industry Association of America
(RIAA), detalhou as acusações durante uma entrevista no podcast "Hard
Fork".
Segundo Glazier, as empresas de
IA envolvidas teriam copiado vastas bibliotecas de música gravada para treinar
seus modelos, permitindo a criação de novas músicas que imitam o estilo dos
artistas originais. Ele afirma que essa prática infringe claramente os direitos
autorais e desvaloriza o trabalho criativo dos músicos, usando as obras sem
autorização ou compensação adequada.
Glazier refuta a defesa das
empresas de IA, que alegam uso transformativo e, portanto, protegido pelo uso
justo. Ele cita um caso recente da Suprema Corte dos EUA que restringiu a
definição de uso transformativo, argumentando que pequenas mudanças nas obras
não justificam o uso justo. Além disso, ele ressalta que essas empresas
frequentemente escondem as fontes de seus dados de treinamento, dificultando a
comprovação de violação de direitos autorais. Outro caso similar envolve a
disputa entre o New York Times e a OpenAI, na qual a empresa de IA também
alegou uso justo, trazendo à tona debates sobre os limites desse princípio.
Esse conflito entre a indústria
musical e as empresas de IA se assemelha a outras batalhas legais em andamento,
como a luta dos jornais contra a IA em razão da violação de direitos autorais.
Muitas organizações de mídia, incluindo o New York Times, têm acusado empresas
de IA de usar seus conteúdos protegidos para treinar modelos sem autorização.
Esses casos refletem a crescente tensão entre a inovação tecnológica e a
proteção dos direitos dos criadores de conteúdo. Tanto as gravadoras quanto os
jornais argumentam que o uso de seus materiais sem permissão não só infringe os
direitos autorais, mas também prejudica os modelos de negócios que sustentam a
criação de conteúdo original.
Além das questões legais, Glazier
destaca a importância ética de proteger a música como uma expressão artística
pessoal e criativa. Ele observa que a indústria musical está aberta a parcerias
que respeitem os direitos dos artistas e ofereçam compensações justas. Para
ele, a verdadeira inovação tecnológica deve ocorrer em cooperação com os
criadores, e não às suas custas.
A frustração da RIAA também é
evidente com a abordagem de algumas empresas de IA que tratam a música como um
simples dado a ser manipulado. Glazier menciona que muitas empresas já
estabeleceram acordos legais com a indústria musical, utilizando IA para ajudar
artistas a expandir sua criatividade e alcançar novos públicos. Essas parcerias
são exemplos positivos de como a tecnologia pode complementar a arte, em vez de
explorá-la.
Este conflito legal entre as
gravadoras e as empresas de IA é o início de um debate maior sobre como
equilibrar a inovação tecnológica com a proteção dos direitos autorais na era
da inteligência artificial. A colaboração e o respeito pelos direitos dos criadores
são essenciais para garantir um futuro sustentável e inovador para a música. Da
mesma forma, os jornais e outras entidades criativas estão empenhados em
garantir que a era da inteligência artificial respeite e proteja os direitos
dos criadores, permitindo que a inovação e a criatividade floresçam lado a
lado.
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sexta-feira, o GT-IA e a área de Inovação e Startups do escritório
compartilharão uma notícia atual sobre tecnologia e analisarão seus impactos
jurídicos.
Fontes:
NY
Times | Record Labels Sue A.I Music Generators, Inside the Pentagon’s Tech
Upgrade and HatGPT
Bloomberg
Línea | Batalha da IA: gravadoras
processam startups por violação de direitos autorais
Folha
de S.Paulo | Gravadoras processam empresas de IA nos EUA por violação de
direitos autorais
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