Em
sua coluna neste mês no Estadão/Broadcast, Eduardo Felipe Matias aborda a
complexa disputa legal envolvendo Elon Musk e a OpenAI, destacando a
importância para esse caso da definição do surgimento da inteligência
artificial geral (AGI).
Musk
acusa a OpenAI, junto a seus cofundadores Samuel Altman e Gregory Brockman, de
violar o acordo fundacional da organização, que previa o desenvolvimento de uma
AGI para o benefício da humanidade, mantendo-se sem fins lucrativos. A
controvérsia decorre do licenciamento exclusivo do GPT-4 para a Microsoft,
levantando questões sobre a conformidade com a missão original da OpenAI.
Matias
destaca a importância deste processo, explicando que "um negócio de
bilhões de dólares está em jogo nessa discussão". Ele cita Musk, que
argumenta que a AGI deveria ser distribuída de forma aberta e ampla, conforme
prometido originalmente. O artigo explora a rápida evolução das inteligências
artificiais generativas, que começou com o lançamento do GPT-3 em 2020,
desencadeando uma revolução tecnológica que muitos acreditam ser o prelúdio da
AGI.
O autor revela como essa evolução
desencadeou uma mudança de perspectiva na comunidade científica. O artigo publicado
no ano passado por um grupo de pesquisadores da própria Microsoft que testou o
GPT-4, intitulado “Centelhas de Inteligência Artificial Geral”, que concluiu
que, dada a amplitude e a profundidade das capacidades daquele modelo, “ele
poderia razoavelmente ser visto como uma versão inicial (ainda que incompleta)
de um sistema de AGI” foi aproveitado por Musk em sua argumentação. Matias
também aborda as visões opostas, de figuras como Geoffrey Hinton, que
questionam se tais avanços realmente equivalem a uma AGI completa.
Este
cenário complexo é agravado pelas implicações da definição de AGI. A OpenAI
define AGI como o ponto em que sistemas superam humanos na maioria dos
trabalhos economicamente valiosos, uma métrica que poderia ter consequências
significativas para a licença concedida à Microsoft.
No final do artigo, Matias ressalta que a resolução deste conflito agora está nas mãos dos tribunais, que enfrentarão o desafio de interpretar acordos fundacionais frente ao avanço tecnológico sem precedentes.
Artigo originalmente publicado em 10 de maio de 2024 no Estadão/Broadcast.
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