Em sua coluna de março no Broadcast do
grupo do jornal O Estado de S.Paulo/Agência Estado, Eduardo Felipe Matias,
sócio responsável pela área empresarial do Elias, Matias Advogados, aborda, em
artigo intitulado “Unicórnios de Impacto”, a ascendente tendência de startups
dedicadas a causas socioambientais e a possibilidade dessas empresas alcançarem
o status de unicórnios — startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares
antes de se tornarem públicas. Ele destaca que, diferentemente de organizações
filantrópicas, estas startups visam lucro enquanto geram impactos positivos
para a sociedade e o meio ambiente. Matias ressalta a importância dessa
diferenciação: “Negócios de impacto são aqueles cujos produtos ou serviços
geram externalidades positivas, beneficiando a sociedade e o planeta”.
Matias argumenta que para uma startup
de impacto ascender ao status de unicórnio, ela precisa resolver problemas
sociais ou ambientais significativos com modelos de negócios que sejam não
apenas replicáveis, mas também rapidamente escaláveis. O autor sugere que
muitas dessas startups conseguem escalar por estarem na vanguarda do uso de
tecnologias avançadas como inteligência artificial, biotecnologia, big data e
Internet das Coisas (IoT), sendo frequentemente categorizadas como deeptechs.
Ele também enfatiza a conexão destas
empresas inovadoras com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da
ONU, principalmente aqueles que visam combater as mudanças climáticas e
promover a sustentabilidade. Matias destaca a mudança climática como o desafio
global por excelência, com várias startups voltadas para a mitigação de seus
efeitos por meio de soluções em energia renovável, eficiência energética,
agricultura sustentável e tecnologias de redução de resíduos.
O artigo ressalta o papel crítico do setor privado na superação dos desafios socioambientais, mas também aponta para a necessidade de um ambiente de negócios favorável. Matias observa que, apesar do Brasil possuir um ecossistema de startups vibrante, com 14 mil empresas desse tipo, apenas uma fração tornou-se unicórnios e nenhum destes é focado em impacto socioambiental. No entanto, ele vê um futuro promissor com o crescimento do interesse dos investidores, refletido pelo aumento significativo no volume de ativos disponíveis para investimento em negócios de impacto no Brasil.
Finalmente, Matias argumenta que negócios de impacto têm o potencial de oferecer soluções inovadoras para problemas prementes, mas enfrentam desafios significativos, incluindo a necessidade de investimentos substanciais em pesquisa e desenvolvimento. Para que essas empresas não apenas sobrevivam, mas prosperem, ele defende a construção de um ecossistema favorável, com o apoio de diversos atores, incluindo o poder público. Este apoio é essencial para que as startups de impacto possam desenvolver suas inovações disruptivas e contribuir significativamente para uma sociedade mais sustentável e justa.
Eduardo Felipe
Matias é autor dos livros A humanidade e suas
fronteiras e A humanidade contra as cordas, ganhadores do Prêmio Jabuti e
coordenador do livro Marco Legal das Startups. Doutor em Direito Internacional
pela USP, foi visiting scholar nas universidades de Columbia, em NY, e Berkeley
e Stanford, na California, e é sócio da área empresarial de Elias, Matias
Advogados
Artigo
originalmente publicado pelo Broadcast do Estadão/Agência Estado em 29 de
fevereiro de 2024.
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